sexta-feira, setembro 12, 2008

DESPERTAR

segunda-feira, outubro 30, 2006

IGREJA D Nª SENHORA DO PASSO

BREVE HISTORIAL SOBRE BARBACENA

Aires Varela, com espírito inventivo dos historiadores da época, crê que os romanos, que conquistaram Elvas aos Celtas, se acoitaram «nuns intrincados bosques» e que junto a um ribeiro que neles corria fabricaram choças e ramadas, onde se ampararam das inclemências do tempo. Depois puseram ao local o nome de BARBARISCENA, o que quer dizer CHOÇA, ou RAMADA DO BÁRBARO. Por sua vez Tomáz Pires pergunta se sobre a etimologia de Barbacena não terá em parte Varela, argumentando que entre os dólmens que há no concelho de Elvas, o maior, de mais agigantadas proporções, é o que existe na coutada de Barbacena. E acrescenta: «”CHOÇA DO BÁRBARO” não seria denominação mal posta ao dólmen que os Romanos ali encontraram e de que se utilizariam, estendendo-se depois essa denominação a todo o lugar?». Há outra Igreja, em que se venera Nossa Senhora do Paço, a que se prefaz os anos a festa da povoação, no mês de Setembro.A Igreja Paroquial de Barbacena tem por orago Nossa Senhora da Graça e é citada por Fr. Agostinho de Santa Maria, in Santuário Mariano, descrevendo a forma miraculosa que originou a sua construção. Barbacena foi concelho, criado no ano de 1273, no tempo de D. Afonso III, que lhe deu foral, sendo renovado este foral em 1519, por D. Manuel I. O concelho foi extinto e integrado no concelho de Elvas em 1 de Janeiro de 1837. Actualmente Barbacena alberga 778 habitantes (segundo dados dos censos 2001) numa área de 31,16 km2, encontrando-se a uma distância de cerca de 14 km da sede do concelho. Num Largo da histórica vila – que teve papel de certa preponderância na Guerra da Restauração – ainda se encontra o pelourinho, de tosca cantaria do século XVI. Consta de uma coluna com base, anel e capitel. O castelo da vila, na parte nascente, foi edificado por D. Jorge Henriques, caçador-mor do Rei D. João III.Reconstruído em meados do século XVII, com obras de fortificação segundo a táctica da época, resistiu a vários ataques dos espanhóis. A parte da construção do século XVI é constituída por panos de muralhas e torreões baixos, formando quadrilátero. A entrada principal, actual, é do século XVII, com portal de pedra talhada em alvenaria, formando um frontão com dois coruchéus e coroamento. A todos estes dados históricos, sobre a freguesia de Barbacena, há que somar mais um, a sua Casa do Povo, que foi a primeira a ser implantada no País, no ano de 1934. Tudo o que constituiu o passado histórico, assentou sobre um suporte natural, onde a actividade humana se organizou e actuou. Esse mesmo espaço é hoje habitado e vivido por uma população que tenta desenvolver-se, respondendo aos desafios da modernidade, sem esquecer as suas raízes, as suas tradições, usos e costumes.Apesar da natural progressão sócio-económica, ainda hoje se mantêm vivas as raízes destas gentes, bem reflectidas, por exemplo, na sua gastronomia. As migas e a Açorda à Alentejana, durante todo o ano, o ensopado de borrego, os bolos doces e de manteiga na época da Páscoa e as filhozes e azevias pelo Natal, são alguns bons exemplos disso. A matança do porco, os festejos do Natal e do Carnaval, são tradições que se mantêm , com os cânticos pela quadra natalícia e os bailaricos e brincadeiras pelo Carnaval. São estas algumas das tradições desta freguesia, onde a religião católica predomina, como o demonstram as várias feiras, festas e romarias que aqui têm lugar, como a festa de S. Sebastião, no dia 20 de Janeiro, romaria de Nossa Senhora da Lapa, no Domingo seguinte à Páscoa, a feira anual de gados, no dia 8 de Setembro e a festa em honra de Nossa Senhora do Paço, também no dia 8 de Setembro.Numa freguesia onde predomina a actividade agrícola, existem algumas importantes explorações como a Herdade do Reguengo, Herdade de Campos, Quinta do Pomar, e algumas courelas, sendo natural referir que a profissão predominante seja a de trabalhador agrícola. Daí temos que, as principais actividades existentes nesta freguesia, sejam a agricultura, a extracção de cortiça do sobreiro, o artesanato e mais recentemente a extracção de granito, em desenvolvimento nesta zona. O artesanato não é mais do que o fruto do contacto destas gentes com a natureza que as rodeia, onde predomina o azinho, o sobreiro e a oliveira, e que essencialmente com a cortiça e o buínho, as suas mãos hábeis criam autênticas obras de arte.Em Barbacena existem artesãos que são conhecidos fora da sua terra, pela sua arte, como o sr t iago, ou o sr Jacinto Rosado,o Sr. Canoas Vieira, que também é poeta popular, mais conhecido pelo “Raminhos”, que é seu anexim, a exemplo de outros, como o “xexeu”, o Vinte e Cinco”, o “Bendito”, usuais em Barbacena e na região. As gentes desta terra, mantêm alguns dos jogos tradicionais como a Malha, o Xito e alguns costumes como “o rebolar do vale”, logo a seguir à Páscoa, com os quais, noutros tempos, preenchiam o seu tempo de lazer. Hoje os tempos são outros, já não se vai ao S. Mateus, à sede do concelho, a pé ou de carro de mulas, que eram cedidos pelos patrões para o efeito.As vias de comunicação que hoje servem a freguesia, proporcionam outro tipo de de procedimento e as condições existentes na própria freguesia, fazem com que o passar do tempo seja diferente. Barbacena é hoje uma freguesia que, para além de manter o seu passado e viver o presente, pode pensar no seu futuro, se tivermos em conta as suas potencialidades. O turismo rural e recursos naturais e cinegéticos, aliados à sua história podem contribuir para o desenvolvimento de Barbacena

domingo, outubro 29, 2006

2 conde barbacena

Barbacena (Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, 7.º visconde e 2.º conde de).
n. 11 de Dezembro de 1780. f. 11 de Março de 1854.

Fidalgo da Casa Real, 11º senhor da vila de Barbacena. N. em Lisboa a 11 de Dezembro de 1780, onde também faleceu a 11 de Março do 1854. Era filho do 1º conde do mesmo titulo, Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, e de sua mulher D. Ana Rosa José do Melo.
Acompanhou seu pai a Minas Gerais, assentou praça de soldado no regimento de cavalaria dessa capitania em 1789. Regressando ao reino em 1797, deu baixa do exército ultramarino, e alistou-se no regimento de cavalaria do Mecklemburgo, no qual foi colocado como alferes agregado. Em 1801 foz a campanha como capitão, e quando terminou a guerra matriculou-se na Academia do Fortificação, onde fez um curso muito distinto, alcançando prémios em todos os anos. Sendo ainda estudante, foi encarregado dalgumas comissões especiais, sendo uma delas a do apropriar a ordenança da cavalaria. Quando Junot dissolveu o exército português, ficou encarregado da organização e instrução de alguns regimentos de cavalaria do sul do reino, e na guerra da península tomou parte muito activa, batendo-se sempre com o maior valor e bravura; no recontro de Majalahonda a 11 de Agosto do 1812, em que ficou gravemente ferido, tornou-se deveras notável. Levado então prisioneiro a Madrid, recebeu ali obsequioso acolhimento do estado-maior do rei José Bonaparte. Lorde Wellington tinha-o em grande apreço, e sendo pouco inclinado a troca de prisioneiros, pediu e obteve, que o bravo oficial voltasse para o reino. O conde do Barbacena foi um dos oficiais que mereceram mais elogios do marechal Beresford. Terminada a campanha, voltou a Portugal com o posto de coronel, e embarcou depois para o Rio do Janeiro, onde foi promovido a general, nomeado inspector da cavalaria da província, veador da rainha D. Carlota Joaquina, e comendador da ordem de Cristo pelos serviços prestados na meta contra os franceses. No acto da aclamação de el-rei D. João VI, em 1816, serviu de alferes-mor, sendo então elevado a conde, agraciado com a grã-cruz da ordem de N. Sr.ª da Conceição, e graduado em marechal do campo. Em 1818 regressou a Portugal, o nos últimos dias de Agosto do 1820 foi encarregado pelos governadores do reino de comandar as forças que deviam combater a revolução liberal, que rebentara no Porto; como, porém, esse movimento tomou grandes proporções estendendo-se pelas províncias, o conde de Barbacena vendo que nada podia conseguir, pediu a exoneração do comando em que fora investido e recolheu-se à vida privada, conservando-se fora da politica até à chegada do D. João VI a Lisboa, em Julho de 1821. Foi então nomeado ministro dos negócios estrangeiros, e sendo depois substituído por Silvestre Pinheiro Ferreira, ocupou novamente lugar de veador da rainha, até ao dia em que D. Carlota Joaquina foi deportada para o Ramalhão. Depois dos sucessos políticos conhecidos pelo nome de Abrilada; foi nomeado em 10 de Junho de 1823, chefe do estado-maior do infante D. Miguel, que nessa ocasião fora investido no comando em chefe do exército; conservando-se nesta comissão até Maio de 1824, que, saindo do reino o infante, ficou extinto o comando em chefe, e a direcção superior dos negócios militares passou para a secretaria da guerra. Em Janeiro de 1825, sendo exonerado do cargo de ministro da guerra o conde de Subserra foi o conde Barbacena encarregado dessa pasta, que conservou até 1 de Agosto de 1826, em que Saldanha o substituiu, pelo facto de se mostrar pouco afeiçoado à Carta Constitucional; que tinha sido jurada no dia antecedente, 31 de Julho. Conservando-se sempre fiel ás ideias absolutistas, foi escolhido por D. Miguel, quando rebentou a revolução do Porto em 1828, para chefe do estado-maior general. Mais tarde, em vista dos revezes sofridos pelas tropas miguelistas, quando em Julho de 1838 veio para o Porto o general Bourmont, D. Miguel nomeou-o chefe do estado maior general em substituição do conde de Barbacena, a quem conferiu a patente de marechal do exército. Terminada a campanha, o conde de Barbacena pediu a demissão de oficial do exército, mantendo-se, porém, sempre fiel às suas crenças politicas, porque tanto combatera no campo da batalha. O distinto fidalgo tinha um bondoso e caritativo carácter grande parte dos seus rendimentos despendia-os em esmolas e actos de benevolência. No seu testamento deixou um importante legado para a criação dum asilo para meninas desamparadas, na vila de Barbacena. A sua morte foi muito sentida, e no seu funeral incorporaram-se todos os homens importantes que viviam em Lisboa, sem distinção de partidos, formando um préstito imponente. A 25 de Agosto de 1854, cinco meses, depois da sua morte, procedeu-se à trasladação do cadáver para o jazigo em que ficou em eterno descanso. Nas solenes exéquias que então se celebraram, proferiu uma oração fúnebre o falecido beneficiado Francisco Rafael da Silveira Malhão, um dos mais distintos oradores sagrados do seu tempo. O 2º conde de Barbacena foi o último deste título, que desde então ficou extinto.

1º visconde de barbacena

Barbacena (Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, 6º visconde e 1º conde de).
n. 7 de Setembro de 1754. f. 7 de Abril de 1830.

Era o 10.º senhor de Barbacena. N. em Lisboa a 7 de Setembro de 1754, onde também faleceu a 7 de Abril de 1830.
Mostrando logo nos primeiros anos inteligência e aplicação pouco vulgares, foi, segundo as insinuações do marquês de Pombal, mandado por seu pai estudar na Universidade de Coimbra, logo depois da reforma deste estabelecimento de instrução superior, decretada em 1772. Matriculando-se nas faculdades de filosofia e de leis, foi o primeiro que recebeu o grau de doutor em filosofia. Enquanto completava o curso de direito, regeu, durante o impedimento do professor Vandeli, a cadeira de história natural, em que se houve com toda a competência.
Concluídos os estudos, regressou a Lisboa, e cultivando com dedicação a historia natural, foi um doa instituidores da Academia Real das Ciências, na qual serviu de secretário desde a sua criação, até que partiu para o Brasil, por ter sido nomeado governador e capitão general das Minas Gerais. No tempo deste seu governo, apareceu a primeira tentativa de revolta, sendo esta a primeira manifestação da ideia da independência do Brasil. Esse movimento foi iniciado por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, com o auxílio de diversos indivíduos, em que se contavam os poetas Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa. A revolta foi denunciada por Joaquim Silvério dos Reis, e o visconde de Barbacena imediatamente mandou suspender as medidas tributárias que os revolucionários apontavam como iníquas e opressivas, e prender todos ou implicados nessa revolta, fazendo assim abortar a ideia de independência, que mais tarde se devia realizar.
Depois de dez anos de governo, voltou ao reino, a teve a nomeação de veador da princesa D. Carlota Joaquina, mais tarde rainha. Escolhido para escrivão da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, prestou muitos serviços no exercício daquele lugar. Mais tarde foi nomeado presidente da Mesa da Consciência e Ordens. Quando a família real se retirou para o Rio da Janeiro em 1807, o visconde de Barbacena não a acompanhou, e permanecendo em Lisboa, Junot o escolheu para fazer parte da deputação que foi cumprimentar o imperador Napoleão; partiu para Bayonne, seguindo depois para França. Sendo estabelecida a paz, voltou a Portugal, onde se dedicou quase exclusivamente ao estudo.
Em 1816 foi-lho concedido o título de conde de Barbacena, e em 1823 nomeado conselheiro de Estado. Era casado com D. Ana Rosa José de Melo, primeira filha dos 1os. marqueses de Sabugosa, António Maria de Melo da Silva César e Menezes, e D. Joaquina José Benta Maria de Meneses Faleceu depois duma longa enfermidade.